Eu não sou um tipo propriamente muito viajado. Não sou um cidadão do Mundo, embora por vezes me sinta tanto que pareço um Mundo, mas isso é outra conversa. Aquilo que eu conheço, aquilo que faz parte da minha rotina eu conheço bem, como um abraço apertado e longo. Sou, digamos, um tipo virado para dentro, um tipo que vive mais na cabeça que lá fora. Talvez por isso – talvez - eu não saiba muito bem a imagem que passo, para além da imagem física (de leitura mais óbvia). É que é precisamente esse lado escondido, meu e dos outros, que mais me interessa. Será que as pessoas que passam por mim (e aquelas que reparam em mim) fazem uma associação entre o meu aspecto e quem eu sou? Claro que não, é impossível. Ou melhor, até a podem fazer mas com que rigor? Alguns de nós serão mais translúcidos que outros, é verdade, mas ainda assim… Enfim, quero apenas dizer que a satisfação e o interesse em conhecer outra pessoa, em mergulhar além da imagem inicial que todos nós passamos, é grande. Por vezes é um exercício complexo contornar as defesas que todos vamos erguendo e noutras vezes é deliciosamente simples. No meu caso, tenho ao longo dos tempos deixado os juízos de valor em casa, desde que entendi o absurdo e a limitação tola que os mesmos implicam.
E era isto.
Muito obrigado e boa noite!!
1 comentário:
"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos" Saint-Exupéry
concordo contigo amigo ciclideo. talvez por isso o fascínio que sinto por este mundo em que nos mostramos pelas palavras, pelas entrelinhas. em que, ao contrário do que se julga, nos mostramos mais que em qualquer outro momento. quando vivemos lá fora. naquele espaço em que só interessa o invólucro e se esquece o conteúdo. recheado daquilo que somos de verdade...
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