Sinto urgência em falar de um assunto que me indigna bastante. Mas como estou com bastantes dores de cabeça, espero conseguir manter um discurso coerente. Assim sendo cá vai:
A minha mãe está reformada. Era professora primária e está prestes a fazer 55 anos! É bastante jovem, portanto. E sendo uma pessoa sensível aos outros, resolveu concretizar um desejo antigo, mais concretamente trabalhar como voluntária numa maternidade. Eis que começa uma jornada surreal e bastante elucidativa do fraco país que temos. Em Abril ela estabeleceu contacto com a maternidade Alfredo da Costa, a fim de prosseguir a sua intenção. Desde então até hoje, fez uma formação com duração de 2 dias e mesmo isto a custo de muito esforço, perseverança. Posso assegurar que ela foi esquecida em determinado momento, que perderam o contacto sendo a minha mãe mais uma vez a ter de ir atrás. Tudo bem, quem corre por gosto não cansa. Nesta maternidade existem diversas equipas de voluntárias(os) e ao que parece nenhuma delas está disposta a receber "estranhos" nesta fase do processo. São basicamente senhoras "bem", muito cristãs e que pelos vistos acham-se donas do voluntariado. São tão cristãs que falam mal nas costas umas das outras criando mau ambiente. Finalmente começou o voluntariado numa sexta-feira passada! Yuupii. Chega lá e foi mandada para trás, pois a responsável pela equipa que iria ser a dela também, não estava a par de nada. A culpa é de todos e de ninguém e está visto quem sai realmente a perder. Isto chegou ao cúmulo de ser a minha mãezinha a tomar uma decisão, ou seja, se não a queriam, ela iria bater noutras portas, nomeadamente à da maternidade Magalhães Coutinho. Estranhamente (ou não) a senhora que escutou a decisão mostrou-se aliviada. Não é absolutamente incrível isto? Uma pessoa que quer prestar serviço à comunidade tem de mendigar, de pedinchar que a integrem? A maternidade Alfredo da Costa não se livra de uma péssima imagem (mais concretamente a secção de voluntariado). A MAC não pode ficar refém da má organização da secção do voluntariado. E não pode ficar refém da atitude pouco cristã e corporativista dessas mesmas pessoas. Apenas um detalhe: não imaginam também a atitude absolutamente deplorável que os médicos têm perante as voluntárias. Acham-se deuses na terra e... fico-me por aqui. Agora resta-lhe tentar na outra maternidade (ao que escutámos é provável que não tenha muita sorte). Digo-vos, ela tem uma paciência que a mim me falta claramente e se ela acabar por ir para outra área que não ligada à maternidade fico com pena. Não que tenha dúvidas acerca da dedicação dela mas porque é realmente um velho sonho que iria finalmente realizar. Mas pergunto: voluntariado é isto? É o desprezo e desrespeito que a MAC teve para com ela? Se não tinham lugar porque não o disseram desde o inicio, levando-a assim ao engano?
Uma nota: não ponho aqui em causa as voluntárias no seu serviço directo aos doentes e/ou parturientes. Ponho sim, ao que está acima descrito.
Só mais um pequenino detalhe: não é ridículo que a minha mãe entretanto tenha pago a bata do seu próprio bolso? Enfim, não que este facto a tenha incomodado mas de facto incomoda-me a mim.
Bem sei que nem todo o voluntariado funciona assim e tenho informação que em oncologia as coisas funcionam bem melhor. Enfim, espero que esta situação na MAC seja resolvida o quanto antes...
A minha mãe está reformada. Era professora primária e está prestes a fazer 55 anos! É bastante jovem, portanto. E sendo uma pessoa sensível aos outros, resolveu concretizar um desejo antigo, mais concretamente trabalhar como voluntária numa maternidade. Eis que começa uma jornada surreal e bastante elucidativa do fraco país que temos. Em Abril ela estabeleceu contacto com a maternidade Alfredo da Costa, a fim de prosseguir a sua intenção. Desde então até hoje, fez uma formação com duração de 2 dias e mesmo isto a custo de muito esforço, perseverança. Posso assegurar que ela foi esquecida em determinado momento, que perderam o contacto sendo a minha mãe mais uma vez a ter de ir atrás. Tudo bem, quem corre por gosto não cansa. Nesta maternidade existem diversas equipas de voluntárias(os) e ao que parece nenhuma delas está disposta a receber "estranhos" nesta fase do processo. São basicamente senhoras "bem", muito cristãs e que pelos vistos acham-se donas do voluntariado. São tão cristãs que falam mal nas costas umas das outras criando mau ambiente. Finalmente começou o voluntariado numa sexta-feira passada! Yuupii. Chega lá e foi mandada para trás, pois a responsável pela equipa que iria ser a dela também, não estava a par de nada. A culpa é de todos e de ninguém e está visto quem sai realmente a perder. Isto chegou ao cúmulo de ser a minha mãezinha a tomar uma decisão, ou seja, se não a queriam, ela iria bater noutras portas, nomeadamente à da maternidade Magalhães Coutinho. Estranhamente (ou não) a senhora que escutou a decisão mostrou-se aliviada. Não é absolutamente incrível isto? Uma pessoa que quer prestar serviço à comunidade tem de mendigar, de pedinchar que a integrem? A maternidade Alfredo da Costa não se livra de uma péssima imagem (mais concretamente a secção de voluntariado). A MAC não pode ficar refém da má organização da secção do voluntariado. E não pode ficar refém da atitude pouco cristã e corporativista dessas mesmas pessoas. Apenas um detalhe: não imaginam também a atitude absolutamente deplorável que os médicos têm perante as voluntárias. Acham-se deuses na terra e... fico-me por aqui. Agora resta-lhe tentar na outra maternidade (ao que escutámos é provável que não tenha muita sorte). Digo-vos, ela tem uma paciência que a mim me falta claramente e se ela acabar por ir para outra área que não ligada à maternidade fico com pena. Não que tenha dúvidas acerca da dedicação dela mas porque é realmente um velho sonho que iria finalmente realizar. Mas pergunto: voluntariado é isto? É o desprezo e desrespeito que a MAC teve para com ela? Se não tinham lugar porque não o disseram desde o inicio, levando-a assim ao engano?
Uma nota: não ponho aqui em causa as voluntárias no seu serviço directo aos doentes e/ou parturientes. Ponho sim, ao que está acima descrito.
Só mais um pequenino detalhe: não é ridículo que a minha mãe entretanto tenha pago a bata do seu próprio bolso? Enfim, não que este facto a tenha incomodado mas de facto incomoda-me a mim.
Bem sei que nem todo o voluntariado funciona assim e tenho informação que em oncologia as coisas funcionam bem melhor. Enfim, espero que esta situação na MAC seja resolvida o quanto antes...
3 comentários:
Absolutamente inacreditável!
Dá vontade de ir lá e mandá-los todos para #%/&@£§!
Incrível! Que cambada de pu#$s! Falando mal e porcamente. Digo-te, conhecendo a tua Mãe como conheço, elas bem tinham razão para ter receio.Com o passar do tempo perderiam o lugar para uma pessoa honesta e competente e perderiam o seu "estatuto" de idiotas que tanto protegem.
olha, infelizmente confirmo que é muito dificil fazer voluntariado por cá! Já tentei em várias organizações e a verdade é que parece sempre que eles é que nos estão a fazer um favor a nós!
Dá ideia que os voluntários activos são uma espécie de deuses com quem nunca conseguiremos estabelecer contacto e para quem nós seremos sempre pouco úteis...:S
Não queria entrar muito em nomes, mas a verdade é que em cada área de intervenção existem organizações que se destacam também pela positiva. Pessoalmente também já tive uma má experiência com a MAC mas, mesmo não conhecendo o trabalho que a tua mãe queria fazer, recomendo os Médicos do Mundo.
Apenas um conselho: não desistam! Eventualmente acaba por aparecer alguma instituição em que possamos finalmente ser integrados e mostrar que conseguimos fazer muito pelos outros...
e pronto ;)
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